A apresentadora Giovanna Ewbank afirmou nesta semana que fez um procedimento no nariz para corrigir o desvio de septo, remover a carne esponjosa e ainda fez uma pequena mudança estética na ponta. Wendell Uguetto, cirurgião plastico da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e do Hospital Albert Einstein. Especialista em cirurgia crânio-maxilo-facial, explica como é o procedimento.

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Em cirurgia plástica, segundo o médico, a parte funcional muitas vezes se confunde com a estética, porque elas caminham muitas vezes juntas. E no nariz isso é super importante. A estrutura nasal é funcional porque ela é composta por mucosa interna, cartilagem e osso fazendo a estrutura, e a parte externa com pele. E a relação entre essas estruturas e sua forma vai promover uma função nasal adequada e uma estética considerada bonita ou não.

“Em cirurgia nasal às vezes isso anda junto. Existem casos em que só é realizada a parte funcional sem mexer na estética. Quando, por exemplo, você vai mexer no septo, nos cornetos e também nos seios maxilares. Então, é uma cirurgia de septoplastia, para mexer no septo, que é torto. Turbinectomia, que é para reduzir o tamanho dos cornetos, que é uma parte interna do nariz que serve para turbilionar o ar. E quando ele é grande, ele atrapalha a passagem do ar, então se melhora a função. Naqueles que têm sinusites de repetição, você abre os seios maxilares sinusais e timodais, então você abre os seios da face, permitindo uma maior aeração desta, reduzindo assim sinusite. Esses são os procedimentos funcionais, que você não mexe na estética”, explica.

Segundo o dr. Wendell Uguetto, existem outros casos, por exemplo, de desvio, que o nariz, ele tem uma laterorrinia. “Você tem o desvio do septo, que é a parte interna, mas o nariz ele é torto. Então ele tem uma laterorrinia. E, muitas vezes, só corrigindo o desvio septal, que é a parte interna, o nariz ainda continua com essa laterorrinia, continua torto, e é necessário fazer também uma correção estética. Então ou o cirurgião plástico atua em conjunto com o otorrino, ou o otorrino que tem formação de cirurgia plástica ou o cirurgião plástico que tem formação de cirurgia nasal funcional pode fazer. Essas especialidades andam em conjunto. Às vezes pode ser realizado tudo pelo cirurgião plástico, pode ser realizado tudo só pelo otorrino ou pode ser realizado em conjunto mesmo. E aí é nesses casos que você pode entrar e fazer uma cirurgia estética”, explica o médico.

No caso da Giovanna Ewbank, ela falou que é funcional, porque ela foi fazer a cirurgia do corneto. Mas, ela disse também que foi mexer um pouquinho na ponta. Então, ela fez uma cirurgia puramente estética. A cirurgia da ponta normalmente é estética. A cirurgia da carne esponjosa, que pode ser ou corneto ou adenoide, ela é meramente funcional. Então, provavelmente no caso dela, ela associou. Já que ia fazer um procedimento funcional, aproveitou e melhorou a estética do nariz.

“Existem outros casos também de pacientes que já fizeram uma cirurgia plástica no passado, uma cirurgia com técnica antiga e que, anteriormente, o pessoal retirava muito as estruturas nasais sem reconstruir. Então o paciente tem o que a gente chama de insuficiência de válvula, válvula interna, válvula externa. Isso acaba gerando um enfraquecimento das estruturas nasais internas e isso gera uma alteração respiratória. E, para melhorar a estética, você também precisa fazer uma cirurgia plástica reparadora, que é através de enxertos. Você pode usar enxerto do septo do nariz, você pode usar enxerto de cartilagem da orelha e você pode usar enxerto da cartilagem da costela. E como esse nariz foi atrofiando ao longo do tempo, a parte funcional foi piorando e a parte estética foi mudando e foi ficando estranha, com sequelas que a gente chama. Então, nisso, para você fazer uma reparação funcional, você também precisa fazer a reparação estética. Então, por isso que cada caso tem que ser feito de forma individualizada”, conta o dr. Wendell Uguetto.

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Quando é feita uma cirurgia nasal funcional, a parte estética não muda muito. Então as alterações são mais internas. Como dificuldade para respirar, então a respiração vai ficar obstruída por um tempo. E em até um, dois, três meses, essa respiração se normaliza. É orientado para ficar sem fazer atividades físicas por pelo menos vinte e um dias pelo risco de sangramento. Isso quando é a parte funcional.

“Quando você associa a parte estética e muitas vezes tem que fazer a fratura dos ossos nasais para isso. Esses cuidados também continuam. Vinte e um dias sem atividade física. Mas aí o paciente vai ficar com os olhos, a região periorbital, região dos olhos edemaciada e com equimose, roxo, por causa da fratura. O paciente fica com uma tala gessada, plástica, que é um aquaplast por sete a dez dias. E aí, uma vez que retira esse aquaplast com sete dias, dez dias, aquele edema, aquele quimose já vai melhorando. Só que o resultado final, final estético mesmo de uma rinoplastia demora de seis meses a um ano. Porque essa pele fica inchada. Então até você ter o resultado final dessa rinoplastia, estético, seis meses a um ano. Só que rinoplastia é uma cirurgia muito pouco dolorosa. No dia seguinte o paciente praticamente não relata a dor. O que incomoda então é essa quimose, esse edema nos primeiros dias e alteração respiratória que vai melhorando ao longo das semanas”, alerta o médico.

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Fonte: Mulher