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Mais cacau, menos açúcar: veja qual chocolate é melhor para a saúde

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Mais cacau, menos açúcar: veja qual chocolate é melhor para a saúde
Natalia Claro
Mais cacau, menos açúcar: veja qual chocolate é melhor para a saúde

Com a chegada da Páscoa, os ovos e barras de chocolate preenchem as prateleiras dos mercados. Enquanto alguns preferem se privar do consumo da guloseima, alegando que o alimento causa espinhas e outras doenças relacionadas à ingestão excessiva de açúcar e gordura, outros não viam a hora de apreciar um pedaço de chocolate, visando suas propriedades antioxidantes e promotoras de bem-estar. Mas, afinal, o chocolate traz benefícios ou malefícios para a saúde?

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De acordo com a cirurgiã vascular Aline Lamaita, membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular, a resposta para essa pergunta depende de uma série de fatores. “O chocolate pode, sim, ser uma boa opção, desde que você saiba consumi-lo corretamente. O Ovo de Páscoa pode ter vários componentes, como cacau, açúcar, gorduras e até oleaginosas, e a concentração de cada um desses ingredientes é o que vai determinar o benefício ou malefício para o consumo”, explica.

Confira abaixo as diferenças entre cada tipo de chocolate:

  • Chocolate amargo

Para quem não quer se privar de aproveitar uma das épocas mais deliciosas do ano, o melhor é optar por produtos que tragam, no mínimo, 65% de cacau ou de massa de cacau. “O cacau é rico em polifenóis, substâncias que, se consumidas com frequência, possuem uma série de benefícios à saúde, incluindo poderosa ação antioxidante. Além disso, o ingrediente possui propriedades analgésicas, antimicrobianas, anti-inflamatórias e anticarcinogênicas (previnem o aparecimento de câncer)”, afirma a médica nutróloga e professora da Associação Brasileira de Nutrologia Marcella Garcez.

O chocolate amargo, por conta dos flavonoides presentes no cacau, ainda possui benefícios comprovados para a circulação, conferindo ação vasodilatadora, prevenindo a formação de placa de gordura dentro das artérias e controlando os níveis de colesterol no sangue.

Além disso, segundo a dermatologista Paola Pomerantzeff, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, o chocolate amargo não causa espinhas, ao contrário do que muitos acreditam. “Devido à alta concentração de cacau em sua fórmula, o chocolate amargo é, na verdade, um aliado da saúde da pele, pois suas propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias ajudam a conferir luminosidade e hidratação ao tecido cutâneo, além de auxiliarem na proteção aos danos dos raios UV, prevenirem rugas e combaterem os radicais livres”.

As especialistas ressaltam que o chocolate amargo é a melhor opção, inclusive, para crianças, que, apesar de serem mais resistentes às versões mais amargas, devem ser educadas desde pequenas a evitarem o excesso de açúcar na alimentação. “Para quem não gosta do chocolate amargo, o chocolate meio amargo, com concentração de cacau de 40 a 50%, pode ser uma opção interessante e mais saborosa, pois, apesar de trazer mais açúcar que a versão amarga, também possui benefícios antioxidantes”, pontua Marcella Garcez.

Porém, antes de oferecer chocolate para os pequenos, é importante lembrar que o cacau é contraindicado para crianças menores de 12 meses de idade e que o Ministério da Saúde não recomenda o consumo de açúcar para crianças menores de dois anos.

  • Chocolate ao leite

“Para que o chocolate ao leite mantenha os benefícios do cacau é necessário que seja composto por, no mínimo, 35% do ingrediente, possuindo, nesse caso, metade da capacidade antioxidante do chocolate amargo. O problema é que, segundo resolução da Anvisa, um chocolate brasileiro precisa conter apenas 25% de cacau para ser considerado chocolate, concentração abaixo da necessária para realmente conferir benefícios à saúde”, alerta a nutróloga.

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Por conter grandes quantidades de açúcar e gordura em sua composição, o chocolate ao leite pode, na verdade, trazer malefícios à saúde quando consumido em excesso. “O açúcar está relacionado com a obesidade e com a diabetes mellitus. Estudos mais recentes vêm apontando o carboidrato como grande vilão também para o aumento de colesterol. A diabetes favorece o desenvolvimento de problemas arteriais, causando espessamento e acúmulo de placas de gordura dentro da parede das artérias, o que pode levar a seu entupimento. Dependendo da artéria afetada, pode ocorrer infarto, derrame ou um problema de claudicação — quando se sente dificuldade de andar por falta de sangue nas pernas”, lembra Aline Lamaita.

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“Já a gordura também favorece o aumento do colesterol e pode levar a um processo de aterosclerose, condição caracterizada pela formação de placas de gordura na parede das artérias”, completa.

Além disso, a alta quantidade de gorduras e açúcares presentes no chocolate ao leite o tornam um alimento de alto índice glicêmico. “Muitos estudos sugerem que a alta carga glicêmica na dieta habitual está envolvida com a ocorrência e gravidade da acne vulgar em pacientes predispostos, na medida em que favorece o aumento da secreção sebácea e desenvolvimento de acne. A gordura e o leite presentes em chocolates podem colaborar também para o agravamento do quadro”, explica a dermatologista Paola Pomerantzeff.

Estudos realizados pela Universidade de Miller School of Medicine, em Miami (EUA), mostraram que as pessoas que comeram mais chocolate ao leite tiveram aumento de acne e da inflamação na pele. E o mesmo vale para o chocolate branco.

  • Chocolate branco

Por favorecer a inflamação e o aumento da oleosidade da pele, o chocolate branco também deve ser evitado. “O chocolate branco é fabricado a partir da manteiga de cacau, sendo composto basicamente de gordura, açúcar, leite e aromatizantes. Por não ser feito com a massa de cacau, mas sim com a gordura da fruta, o chocolate branco não deveria nem ser considerado um chocolate, sendo, na verdade, apenas um doce”, afirma a médica nutróloga Marcella Garcez.

Dessa forma, é mais calórico e rico em gorduras, não possuindo funcionalidades e podendo causar danos à saúde. “Alguns chocolates brancos sequer têm algum resquício de cacau na composição, sendo produzidos apenas com óleos vegetais hidrogenados, cujo consumo resulta no aumento dos níveis do mau colesterol (LDL) e na redução do bom colesterol (HDL). Por isso, se mesmo assim você optar por esse tipo de Ovo de Páscoa, vale a pena dar uma olhada no rótulo”, destaca a médica Aline Lamaita. Por ser pró-inflamatório, o chocolate branco também pode retardar a circulação e colaborar para o aparecimento de doenças circulatórias.

Mas quem não abre mão do chocolate branco pode optar pelas versões sem açúcar para minimizar seus malefícios à saúde, sem esquecer que a guloseima ainda é rica em gorduras, podendo até mesmo trazer uma concentração maior de lipídios, para suprir a falta do açúcar. “Chocolates recheados e que trazem ingredientes que agregam ainda mais açúcar ao produto, como doce de leite e brigadeiro, também devem ser evitados”, recomenda Marcella.

  • Chocolate rosa

Para quem procura por alternativas mais saudáveis aos chocolates ao leite e branco, mas não aprecia o chocolate amargo, vale a pena apostar no chocolate rosa, que tem se tornado tendência na internet e nas prateleiras dos mercados. Feito a partir da semente do cacau rubi, esse chocolate distingue-se dos demais devido à sua coloração rosada natural, não possuindo corantes artificiais em sua composição.

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“Sendo geralmente mais caro que o chocolate amargo, o chocolate rosa se destaca pelo seu sabor diferenciado, sendo mais cremoso, frutado e adocicado, com um leve toque cítrico. Além disso, o chocolate feito a partir do cacau rubi possui uma quantidade maior de polifenóis do que o chocolate convencional, pois os flavonóis presentes no ingrediente são mantidos até o produto final devido ao processo de fermentação especial pelo qual as sementes passam para que não percam o sabor e a coloração natural”, explica Marcella.

Pela maior quantidade de polifenóis, o chocolate rosa mostra-se uma boa opção para quem quer manter a saúde na Páscoa, desde que não seja muito rico em açúcar e gorduras.

  • Chocolate com licor

As opções de Ovos de Páscoa que contam com licor podem ser ainda mais perigosas para a pele e para a circulação. Além da acne, podem ajudar a inflamar o tecido. “O álcool é um carboidrato de alto nível glicêmico e, como todo carboidrato, quando em excesso, realiza um processo de glicação, o qual impacta diretamente na beleza da pele e dos cabelos. A glicação é um processo químico no qual o açúcar em excesso no organismo se liga às proteínas, como o colágeno e a elastina, fazendo com que se tornem rígidas, fraturem e percam sua função de maneira irreversível”, diz a dermatologista Lilian Brasileiro, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

“O álcool também promove uma desidratação intensa na pele, deixando ela desvitalizada e, por outra via, aumenta a produção de sebo cutâneo de má qualidade, refletindo em uma pele desvitalizada”, acrescenta.

  • Chocolate com oleoginosas

Outra opção saudável para substituir o chocolate ao leite e branco é o chocolate amargo combinado com oleaginosas, como avelã, noz e amendoim. “Apesar de serem calóricas, as oleaginosas adicionam nutrientes ao produto, como o ômega-3, que ajuda no controle do colesterol, possui propriedades anti-inflamatórias, melhora a circulação e o desempenho cognitivo”, afirma a nutróloga Marcella Garcez.

Porém, a dermatologista Paola Pomerantzeff ressalta que pacientes de pele oleosa devem evitar esse tipo de chocolate, pois as oleaginosas podem estimular a produção de oleosidade pelas glândulas sebáceas e, consequentemente, favorecer o aparecimento de cravos e espinhas.

Mas atenção!

Mesmo que você opte pelo chocolate amargo é importante tomar cuidado com o consumo excessivo, pois, independentemente da concentração de cacau, o chocolate ainda tem açúcar e gorduras saturadas. “Existem, claro, as opções sem açúcar, adoçadas com edulcorantes, sendo assim ideais para pessoas que sofrem com diabetes ou estão em dieta de emagrecimento. Porém, o consumo desse tipo de chocolate também não deve ser indiscriminado, já que ainda contém calorias e gorduras”, ressalta Marcella.

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No final das contas, é importante controlar o consumo diário. O ideal é consumir de 25g a 50g de chocolate por dia, dando preferência às opções com maior concentração de cacau, como o chocolate amargo e o chocolate rosa. “Ou seja, um ovo de 200g de chocolate deve ser consumido, em média, em uma semana”, recomenda Paola.

Seguindo essas dicas, a guloseima pode ser consumida sem culpa, não havendo necessidade de estratégias para inibir o apetite antes do consumo ou para diminuir o índice glicêmico do alimento. “Isso porque, no geral, o chocolate possui baixo índice glicêmico e, se composto por mais de 65% de cacau, também é um alimento funcional, possuindo índice glicêmico ainda mais baixo”, finalizam as especialistas.

Fonte: Mulher

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