POLÍCIA

Empresários pagavam até R$ 200 por mês para serem protegidos por organização criminosa, revela PJC

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Comerciantes de Tapurah (a 433 km de Cuiabá) e região eram obrigados a pagar uma mensalidade para organização criminosa para serem “protegidos” de furtos e roubos pela organização. A informação foi revelada pelos delegados Rafael Scatolon e Gustavo Belão, da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO).

Nesta quarta-feira (26), a Polícia Civil deflagrou a Operação Assintonia, que mira um grupo suspeito de envolvimento com a facção na região e Tapurah. Ao todo, 19 pessoas foram presas em Cuiabá, Tapurah, Itanhangá, Porto dos Gaúchos, Boa Esperança, e Quintana (SP).

Segundo os delegados, durante as investigações, foi apurado que comerciantes tinham que pagar uma mensalidade entre R$ 100 e R$ 200 para serem protegidos pela organização criminosa. Quem não pagasse a taxa, poderia se tornar uma potencial vítima da  organização criminosa. “A princípio, o pagamento da taxa não é uma exigência, mas a partir do momento que paga essa mensalidade, supostamente, os criminosos dão a segurança que eles alegam que consigam dar”, afirma o delegado Rafael Scatolon.

Por conta desse “controle” imposto pela organização na região, vários comerciantes de Tapurah iam diretamente até um dos líderes da organização – que está preso na Penitenciária Central do Estado, em Cuiabá – para conseguir a “segurança”. O contato, segundo os delegados, era feito por WhatsApp.

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“Houve contato direto de comerciantes de Tapurah e região, com o preso, mesmo ele estando detido na PCE. O contato era feito através de telefone, pelo WhatsApp, e caso o comerciante concordasse em pagar essa taxa de segurança, esse dinheiro era destinado a um dos laranjas, identificados na lavagem de dinheiro da investigação”, explica Scatolon.

Durante a apuração, a Polícia Civil identificou um comerciante que deixou de ser alvo de invasão por conta da ‘contribuição’. “Durante esse tempo, eles conseguiram identificar um potencial alvo a ser vítima de furto ou roubo, um crime contra o patrimônio. Contudo, esse líder identificou que aquele comerciante contribuía com a mensalidade, com a taxa de segurança e determinou que aquele local não fosse vítima uma vez que era ‘contribuinte’ da facção”, conta.

“Também percebemos nas investigações que a partir do momento que o comerciante começa a pagar essa taxa, dificilmente vai conseguir deixar de pagar. Eles passam a ameaçar, ataques ao comércio, usuários de drogas possivelmente são indicados a praticar os furtos ali naquele comércio que deixou de pagar. Então eles agem dessa forma”, completa.

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 Polícia Civil deflagrou na manhã desta quarta-feira, a Operação Assintonia, com foco em organização criminosa envolvida com o comércio de entorpecentes, armas de fogo e munições e lavagem de dinheiro, na região médio-norte do estado.

Entre os alvos da operação está um dos principais líderes de uma organização criminosa na região médio-norte do estado e que atualmente está detido na Penitenciária Central do Estado (PCE), possuindo extensa ficha criminal por atuação com comércio de drogas e armas de fogo, além de ordenar roubos e assassinatos em série.

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As ordens para a prática de roubos e homicídios, assim como a negociação das armas de fogo, ocorrem de dentro do presídio, por meio de mensagens e ligações de celulares. O investigado possui grande influência no mundo do crime e na liderança exercida sobre os “soldados da sua tropa”, que atuam especialmente nas cidades de Tapurah, Itanhangá, Ipiranga do Norte e Sorriso.

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