Uma jovem de 23 anos, chamada T.R.T, denunciou em 2019 um investigador da Polícia Civil por importunação sexual que ocorreu durante uma festa na Delegacia de Roubos e Furtos de Veículos da Capital. Na época, ela tinha 18 anos e estava trabalhando como estagiária na recepção.
No incidente, ela registrou um boletim de ocorrência acusando o policial E.B de ter tocado de forma inadequada em sua parte traseira. No entanto, o caso ficou parado desde 2022 no sistema judicial.
Na sexta-feira passada (6), a jovem pediu por ação da Justiça, enfatizando que nos últimos quatro anos ela se sentiu impotente. Durante uma entrevista, ela expressou seu sentimento de violação e impotência não apenas devido ao assédio sexual, mas também pela falta de resposta e constrangimento que enfrentou. Ela lembrou que naquele dia foi desrespeitada e posteriormente perdeu seu estágio.
No boletim de ocorrência registrado em 19 de junho de 2019, T.R.T relatou que estava com sua irmã, também estagiária, comendo bolo quando o investigador a abordou de maneira inapropriada na frente de todos, tocando sua parte traseira.
Após o incidente, ela conversou com uma supervisora que reagiu de maneira inadequada, sugerindo que todos os homens estavam agindo de forma inaceitável, mas que falaria com o investigador. A vítima afirmou que a supervisora realmente conversou com o investigador naquela época, e ele alegou que apenas a cutucou.
Durante o inquérito, a jovem também destacou que o investigador E.B. havia feito comentários inapropriados, incluindo um sonho em que ela estava feliz, insinuando que tiveram relações sexuais.
Além disso, a jovem alega que perdeu seu estágio como resultado do caso e acusa a Delegacia de Roubos e Furtos de Veículos de omissão, observando que “pessoas que testemunharam a meu favor foram demitidas ou transferidas, enquanto ele continuou trabalhando normalmente na delegacia.”
O suspeito negou as acusações durante os interrogatórios, alegando que nunca houve queixas ou incidentes relacionados ao assédio sexual, tanto no local de trabalho quanto fora dele, e que nunca teve intimidade com a vítima ou outras estagiárias, seja por meio de brincadeiras verbais ou físicas.
O policial foi indiciado após o encerramento do inquérito em 17 de setembro e o Ministério Público Estadual (MPMT) denunciou E.B em 2020. A denúncia foi recebida pela 8ª Vara Criminal de Cuiabá. Em 2022, um oficial de justiça tentou entregar uma intimação para o investigador, mas ele não foi encontrado porque havia mudado de endereço.
A vítima questiona a demora no processo e alega que, mesmo dentro de uma delegacia, um lugar onde as pessoas deveriam se sentir seguras, ela enfrentou desafios. Ela destaca que buscou apoio psicológico, mas está frustrada com a falta de ação da justiça.
Uma audiência sobre o caso foi marcada para novembro deste ano, mas não há informações sobre a intimação do E.B.