POLÍCIA

Grupo pró-Bolsonaro uniu coronel, CAC e ass4ssin0 de advogado em MT

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O coronel da Reserva do Exército Brasileiro, Etevaldo Luiz Caçadini, de 68 anos, contou em depoimento prestado à Polícia Civil na tarde desta quinta-feira (1°) que sua relação com o empresário Hedilersson Fialho Martins Barbosa, de 53 anos, era estritamente profissional e que os dois decidiram juntos formar o grupo pró-Bolsonaro ‘Frente Ampla Patriota’, após os ataques golpistas do 8 de janeiro de 2023.

 

Ambos são moradores de Belo Horizonte (MG), e estão presos em Cuiabá, sob acusação de envolvimento na execução do advogado Roberto Zampieri, de 57 anos, no dia 5 de dezembro de 2023, no bairro Bosque da Saúde, região nobre da Capital. O oficial do Exército é acusado de ter financiado o crime ao pagar R$ 40 mil ao atirador, o pedreiro Antônio Gomes da Silva, de 56 anos. Já o instrutor de tiros Hedilerson é acusado de ser o intermediador do crime. Ele é dono da pistola calibre 9 milímetros usada para matar o advogado.

 

Em meio ao depoimento, o coronel explicou qual era a sua relação com Hedilersson, que tem registro de CAC (Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador). O militar conta que ambos não chegavam a ser amigos e que ele o via apenas como um ‘funcionário fiel’ e que se aproximaram após as eleições de 2022, após o candidato deles, Jair Bolsonaro (PL), ter sido derrotado nas urnas.

 

Por terem aversão à atual gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), criaram o grupo  ‘Frente Ampla Patriota’, logo após os atos antidemocráticos, que tinha como objetivo “defender os valores da nação, democracia, família, propriedade e liberdade” no qual Barbosa trabalhava como editor de vídeos que eram postados no Youtube da página.

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“Que perguntado a relação do interrogado com o investigado Barbosa, afirma que a relação era estritamente profissional, e apos a virada do governo, não satisfeito com o rumo que estava o País, o interrogando criou a “Frente Ampla Patriota”, com a finalidade de reagrupar, unir os grupos patriotas e conservadores do Brasil, reunir a nação verde e amarela, porque após 08 de janeiro vislumbraram um cenário em que a nação patriotica adquiriu a síndrome de avestruz, vale dizer, enfia a cabeça na terra e fica sem defesa anti as atrocidades que estava acontecendo no Brasil”, diz trecho do depoimento.

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Tanto o coronel como Hedilersson são suspeitos de participação no assassinato advogado Roberto Zampieri e tiveram a prisão preventiva decretadas e cumpridas em cidades de Minas Gerais, onde moram. Depois, ambos foram transferidos para Cuiabá, onde continuam presos.

 

“Que abriram um canal no Youtube e Barbosa era um assessor de informática para editar os vídeos do Youtube da frente ampla patriotica; que perguntado se considera Barbosa um amigo, respondeu que considera um conhecido/colaborador fiel; que foi solicitado pela defesa para consignar, visto que já tinha sido falado pelo interrogado, que Barbosa não era amigo e não frequentava sua casa; que Barbosa sempre tratou o interrogando com muito respeito, com muita amizade e sempre colaborando com os pedidos da frente ampla patriótica(FAP); que se surpreendeu com o fato de Barbosa ter citado seu nome, e acredita pela história do coronel no quartel em Belo Horizonte e pelo respeito que tem na sociedade, pode ter passado a ser uma tábua de salvação”, relatou o oficial do Exércio ao delegado Nilson Farias.

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No depoimento, o militar ainda deu uma “explicação” sobre o motivo pelo qual ele acredita que o Hedilerson Barbosa o incriminou no assassinato do advogado cuiabano. “Que acredita que o fato de Barbosa ter prestado seu depoimento sem advogado, trasnferido rapidamente para esta Capital e sofrendo pressões psicológicas com ameaças de ir para ala do PCC ou ala do Comando Vermelho, acredita que isso abalou psicologicamente Barbosa e afirma que ele tem problemas psicológicos, e com isso disse coisas que não devia”.

Enquanto que o coronel é acusado de ser o financiador do crime, Hedilersson é tido como o intermediador e responsável por indicar seu aluno no curso de tiros, Antônio gomes da Silva, para trabalhar em uma obra no escritório do coronel. Essa aproximação, teria se desenrolado para a ação criminosa. Antônio também participava de um grupo Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC).

 

O delegado Nilson Farias indiciou Hedilerson Barbosa, Etevaldo Caçadini e João Antônio Gomes no inquérito que investiga o assassinato do jurista. Por outro lado, as investigações não conseguiram avançar para incriminar a empresária e farmacêutica Maria Angélica Caixeta Gontijo, de 40 anos, que também chegou a ser presa preventivamente sob acusação de ser a suposta mandante do crime. Ela, que também mora em Minas Gerais, ganhou liberdade no dia 19 de janeiro deste ano e não foi indiciada pela Polícia Civil de Mato Grosso.

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