Grupo de “justiceiros” que pratica uma execução diferenciada de suas vítimas é investigado pela Polícia Civil, com acompanhamento do Ministério Público Estadual (MPE). Os alvos são ex-presidiários que cumpriram longas penas e que pouco antes da morte voltaram a viver em sociedade.
O grupo, formado por pelo menos 4 indivíduos, tem bom treinamento e usa armas sofisticadas, que permitem disparos precisos a longa distância, como verificado no último ataque.
Em um ano, são 3 execuções com características semelhantes, 2 em Cuiabá e uma em Várzea Grande. Entre elas está a do criminoso Aclides Marcelo Gomes, 41, o “Menino Mau”, executado na casa da amante, no bairro Lixeira, na noite de 8 de novembro do ano passado (2020).
A execução de Aclides foi a segunda atribuída ao grupo. No dia 13 de fevereiro de 2020, a casa do ex-presidiário Antônio Bernardo dos Santos, 55, foi invadida por 5 encapuzados que o executaram a tiros na sala. Aclides também foi morto da mesma forma. Foi encurralado no banheiro da casa e morto com 4 disparos de pistola, sem chance de defesa, por 3 invasores. Aclides havia sido solto 2 anos antes, depois de cumprir 18 anos de condenações de penas que somavam mais de 129 anos de prisão.
De acordo com o delegado Caio Fernandes Alvares de Albuquerque, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), o último ataque atribuído ao grupo ocorreu em Várzea Grande, na noite de 6 de fevereiro deste ano.
Por volta das 21h30, o ex-presidiário Júlio César Borges de Oliveira, 32, foi executado a tiros, enquanto estava sentado no sofá da casa da mãe, no bairro Santa Isabel. Imagens de uma câmera mostram que o atirador ficou do outro lado da rua, observando a vítima por cerca de 40 minutos. Ocupava o banco traseiro de um veículo Gol cor prata. Apesar de estar posicionado a uma distância entre 15 e 20 metros, os disparos foram precisos. O disparo chegou a estilhaçar uma porta de vidro.
As imagens indicam que o assassino “profissional” ainda aguardou alguns segundos antes de deixar o local, só saindo quando teve a comprovação que o alvo havia sido abatido.
Armas sofisticadas, usadas por atiradores experientes que agem com planejamento, tudo isso tem dificultado a identificação dos envolvidos.
De acordo com Caio, informações e pistas que chegam por meio de denúncias anônimas são importantes e podem contribuir para as investigações de forma decisiva. A garantia de sigilo é absoluta para o informante, lembra o delegado.
Fonte: Gazeta Digital
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