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OPERAÇÃO RENEGADOS

Policiais corruptos extorquem “fiscal fake” da Receita Federal, em MT

Contas de avó de criminosos receberam depósitos da extorsão

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Um suspeito de estelionato, que utilizaria uma identidade funcional falsa da Receita Federal, foi extorquido em R$ 25 mil por policiais civis, após seu próprio amigo dar a “dica” aos criminosos. A informação consta da condenação contra 21 pessoas – a maior parte, investigadores da Polícia Judiciária Civil (PJC), mas também informantes e policiais militares -, que extorquiam e roubavam dinheiro e drogas de outros criminosos.

 

 

A sentença foi proferida pela juíza Ana Cristina Silva Mendes no último dia 6 e é derivada da operação “Renegados”. De acordo com os autos, um dos informantes, identificado como Domingos Sávio Alberto Santana, revelou que seu amigo, R.T.S., seria um alvo de uma operação policial e que ele também utilizaria uma identidade funcional falsa da Receita Federal.

 

 

A informação foi repassada para Hairton Borges Júnior, um ex-policial civil, e Ananias Santana da Silva, um outro informante. Ambos também fazem parte da organização criminosa.

 

 

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“Assim, utilizando-se do conhecimento a respeito dessas circunstâncias, Domingos teria repassado tais informações aos acusados Hairton Borges Junior e Ananias Santana da Silva, no intuito de que a vítima ao ser abordada pudesse ceder à exigência da vantagem financeira realizada no benefício da organização criminosa”, diz trecho da decisão.

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Com o objetivo de extorquir dinheiro do suposto estelionatário, Hairton Borges, Edilson Antonio da Silva (investigador da PJC, apontado como líder do bando), e Alan Cantuário Rodrigues (outro investigador da PJC), utilizaram uma viatura oficial da corporação, em julho de 2020, para abordar a vítima. A denúncia segue a narrativa e revela que durante a abordagem os policiais intimidaram o “servidor” da Receita Federal simulando uma operação policial sob a falsa ameaça de uma prisão.

 

 

No começo, eles exigiram R$ 50 mil para “não prender” o suspeito – que ao final acabou concordando em repassar R$ 25 mil. “Embora não tenha sido localizada a carteira funcional falsa, os acusados Hairton, Edilson e Alan tinham conhecimento da vinculação do nome da vítima em investigações policiais e ações penais, tendo utilizado disso para impor temor, fazendo acreditar da possibilidade da existência de um mandado de prisão, o que teria convencido a vítima a ceder à exigência de vantagem financeira”, revelam os autos.

 

 

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CONTAS FAMILIARES

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Entre os fatos pitorescos protagonizados pela quadrilha de investigadores da PJC, merece destaque o recurso utilizado pelo informante Ananias Santana da Silva para receber parte do dinheiro repassado pelo suposto estelionatário. Ele pediu que duas transferências bancárias, que totalizaram R$ 14 mil, fossem depositadas na conta de sua própria avó.

 

 

“Neste ponto, importante discorrer que os colaboradores descrevem os fatos com riqueza de detalhes, tendo, inclusive, apresentado o extrato da conta corrente da avó do acusado Ananias, no qual constam os registros dos depósitos realizados pela vítima”, revela outro trecho da decisão. Do grupo, Edilson Antonio da Silva pegou a maior pena, com 47 anos e 10 meses.

 

 

Ananias Santana da Silva foi condenado a 29 anos e 2 meses, Hairton Borges sofreu sentença de 28 anos e 8 meses, Alan Cantuário Rodrigues ficara 18 anos e 3 meses preso e Domingos Alberto Santana irá pagar 9 anos e 9 meses.

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