Os dois suspeitos de envolvimento na morte da empresária Rosemeire Soares Perin, de 52 anos, ocorrido em Várzea Grande no dia 16 de fevereiro deste ano, foram indiciados após a conclusão do inquérito na Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa de Cuiabá (DHPP).
Jefferson Rodrigues da Silva, de 33 anos, foi indiciado pelos crimes de roubo seguido de morte – latrocínio – e ocultação de cadáver. Já Pedro Paulo de Arruda, de 29 anos, foi indiciado nos crimes de ocultação de cadáver, resistência à prisão e tráfico de drogas.
A reportagem não conseguiu localizar a defesa de Jefferson e Pedro Paulo.
Os suspeitos estão agora à disposição da Justiça.
Rosemeire desapareceu no dia 16 de fevereiro, após sair de sua casa no Bairro Dr. Fábio, em Cuiabá, para entregar mercadorias em Várzea Grande. O corpo dela foi localizado dois dias depois na estrada da Guarita, enrolado em lençóis e numa lona plástica.
Morte
A empresária trabalhava há mais de 10 anos com a venda de produtos e embalagens para festas, máquina de sorvetes e outros equipamentos do ramo. No dia 16 de fevereiro, foi até Várzea Grande para entregar produtos que Jefferson havia adquirido e também cobrar uma dívida.
De acordo com a polícia, a vítima já tinha uma relação de comerciante e cliente com o suspeito, pois a família trabalhava há dez anos com a venda de sorvetes. Conforme as investigações, em março de 2020, o suspeito comprou uma máquina de sorvete de Rosemeire no valor de R$ 7 mil, que posteriormente apresentou problema e precisou passar por manutenção, que ela mesma realizou.
Do valor da manutenção da máquina, com a qual vendia sorvete em um supermercado, Jefferson ficou devendo uma parte, e depois comprou mais um equipamento, um batedor de milk shake, e embalagens.
Segundo a polícia, no dia do crime, ao se encontrar a vítima, o suspeito deu um golpe que deixou Rosemeire desacordada. Depois ele a amarrou com fita adesiva e a amordaçou. Passado um tempo, ela despertou e, segundo o suspeito declarou à polícia, ele pegou uma faca de cozinha e golpeou o pescoço da vítima.
Depois de cometer o crime dentro do quarto, conforme apontou levantamento da Perícia Oficial, Jefferson procurou um parente e pediu ajuda, mas não conseguiu.
Ocultação do corpo
O autor confesso do crime procurou então, a ajuda de outra pessoa, com quem já havia trabalhado em um lava-jato, para ocultar o corpo de Rosemeire. Por volta das 22h do dia 16, eles voltaram à quitinete, enrolaram o corpo em um lençol, uma lona e um edredom, e depois seguiram até a região da estrada da Guarita, onde jogaram o cadáver em um barranco.
Ainda de acordo com a polícia, em buscas na região, uma equipe do Batalhão da Rotam abordou o veículo que era conduzido pelo suspeito e com ele foi encontrada a carteira de habilitação da vítima.
Conduzido à DHPP, em um primeiro depoimento ele deu informações contraditórias e negou. Depois, acabou confessando o que acreditou que seria um crime ‘perfeito’ e informou que recebeu ajuda de uma segunda pessoa.
O segundo suspeito, que deu apoio para o transporte e ocultação do corpo, foi detido no mesmo dia, também por uma equipe da Rotam. Na delegacia, ele negou que tivesse cometido o crime, inclusive o tráfico de drogas pelo qual foi detido também em flagrante, e que não teve qualquer participação na ocultação do corpo de Rosemeire.
Contradições e provas
A investigação, baseada em inúmeras evidências, exames periciais e oitiva de testemunhas, concluiu que o autor do crime decidiu tirar a vida da vítima não apenas por ter 'perdido a cabeça' com a cobrança recebida por uma dívida que tinha com Rosemeire, como afirmou em depoimento.
O conjunto de informações reunidas no inquérito aponta que ele, decidido a subtrair o veículo da vítima, um carro, e percebendo o momento oportuno, não teve dúvidas em agir. Além disso, a apuração constatou ainda que a alegação dele, de que havia um vínculo de intimidade com a vítima. não se confirmou.
A investigação apurou as alegações dadas pelo autor do latrocínio, que em um dos depoimentos assumiu o crime, mas informou que a vítima esteve no lava jato após entregar as mercadorias que ele havia comprado e que permaneceu no local aguardando a lavagem de seu veículo e que depois, aina segundo ele, retornaram à quitinete dele para fazer a testagem do batedor de milk shake, quando então Rosemeire foi morta.
Testemunhas ouvidas pela DHPP negaram que a Rosemeire tenha estado no lava jato no dia em que morreu. Inclusive, uma delas informou à Polícia Civil que o autor do crime foi ao lava jato por três dias consecutivos para lavar o veículo, do qual ele se apossou após cometer o crime.
Fonte: G1
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