POLÍCIA

Tenente da Rotam alega que homem desaparecido era informante de facção criminosa

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Legenda: Divulgação PMMT

O tenente da Polícia Militar João Batista de Almeida Dorileo Júnior afirmou em depoimento para a Corregedoria Geral que Maurício Sousa Costa, de 34 anos, era informante de uma facção criminosa. O homem desapareceu após ser abordado pelo Batalhão Rotam, no bairro Cristo Rei, em Várzea Grande.
 

 

O caso é investigado em Inquérito Policial Militar (IPM). Segundo informações obtidas com exclusividade pelo Olhar Direto, no dia 30 de julho, o tenente foi ouvido por videoconferência ao lado de seu advogado Ricardo Monteiro. Procurado pela reportagem para comentar o assunto, o defensor disse que só irá se posicionar nos autos do processo. 

 

 
Dorileo afirmou que no dia do desaparecimento de Maurício estava no comando do Batalhão Rotam, sendo que no período da tarde foi acionado pela Inteligência que estaria monitorando membros de uma facção criminosa que possivelmente estaria planejando um atentado contra policiais e ônibus do transporte público com fuzis. Maurício não estava na lista dos criminosos investigados nos supostos ataques e mesmo assim foi abordado pela Rotam, que afirma ter liberado o homem.

 

 
Conforme depoimento, um dos alvos estaria em um veículo Prisma branco em frente aos policiais da Inteligência que estavam à paisana. Uma viatura identificada seguiu até o local e abordou Maurício. O tenente afirmou que conhecia Maurício, pois ele teria passado informações referentes a uma facção criminosa. Ainda de acordo com ele, haveria uma suposta disputa entre os líderes, o que teria motivado Maurício ser informante. No entanto, os outros militares que acompanharam a situação não confirmaram.

 

 
O militar diz que Maurício temia ser identificado como informante da facção e pediu para ser levado para outro local. Dorileo contou ao suspeito que teria informações do ataque, mas segundo ele, Maurício negou qualquer envolvimento.

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Entretanto, teria mudado de ideia e se prontificou a mostrar o local onde as armas estariam escondidas e indicou o bairro Jardim Costa Verde, em uma região de chácaras. A equipe teria feito buscas, enquanto Maurício continuava a ser entrevistado. O tenente disse que Maurício dizia coisas desconexas e então passou a desconfiar que os fuzis não estariam na região.

 

 
Em determinado momento, Maurício teria dito que estava com Covid-19. Porém conforme apurado pela reportagem, ele tinha problemas respiratórios e inclusive teria passado por uma cirurgia e deveria passar por outra no final deste ano.

 

 
O militar conta que o suspeito temia ser visto com a Rotam e que seu celular tocava diversas vezes. Contudo, ele teria dito que as armas estariam em outro local e indicou chácaras no bairro Jardim das Oliveiras. A área era extensa e Dorileo contou que Maurício não soube precisar a localização do armamento.

 

 
O tenente disse que como a equipe estava com medo de ser contaminada pela Covid-19, como não possuía mandado de prisão em aberto, teria sido liberado. No entanto, ele não foi mais visto. Após liberação, segundo a versão do militar, a equipe fez um patrulhamento no bairro e seguiu para o Batalhão da Rotam.

 
Outros depoimentos
 
Em seu depoimento, o cabo Raffael Garcia Marvulle disse que não tinha conhecimento da suposta troca de informações entre o tenente Dorileo e Maurício.

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O Cabo Luiz Fernandes disse que as informações resultantes das diligências da ordem de busca foram repassadas verbalmente ao analista da Rotam, responsável pela confecção. Ele não soube dizer o motivo de não contar informações detalhadas e pontuou que pode ter sido por conta do resultado “infrutífero”. Porém, logo depois afirmou que em todas diligências os relatórios devem ser feitos, independente do resultado.

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Ele também disse que o tenente Dorileo teria conversado separadamente com Maurício. O militar afirmou não ter conhecimento de que Maurício seria informante do tenente, porém contou que é normal não revelar a fonte de uma informação.

 

 
Ainda conforme o inquérito, a placa do veículo de Maurício foi retirada. Os militares dizem que Maurício pediu para que isso fosse feito para não ser identificado.

 

 
Perícia aponta sangue
 
A Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) aponta que o carro de Maurício foi incendiado propositalmente. Em 12 de agosto, foi solicitado o exame de DNA para confronto genético, pois em uma das viaturas da PM foram encontradas presença de sangue com luminol.

 

 
Os pais de Maurício estiveram na sede da Politec em 17 de agosto, onde fizeram coleta do material, porém até o momento, o resultado não ficou pronto.

 

 
Questionada sobre exame de DNA, a Politec justificou dizendo que a demora se deve complexidade do exame, aliado à alta demanda de solicitações de exames de DNA e a capacidade de processamento no laboratório forense da Politec. 

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No momento, não há previsão de conclusão.

Fonte: Olhar Direto

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