O governador Mauro Mendes (DEM) recebeu uma sonora vaia enquanto discursava em cima do palanque, ao lado do presidente Jair Bolsonaro (Sem partido), na manhã desta sexta-feira (18), em Sinop (500 km ao norte de Cuiabá).
Mesmo sob protestos, visivelmente incomodado, o governador continuou o seu discurso, destacando as realizações da sua gestão, e detonou a gestão do seu antecessor Pedro Taques. Segundo Mauro, Mato Grosso estava quebrado e agora retomou o desenvolvimento.
“Ano passado presidente quando eu assumi o Governo do Estado, nós tínhamos salários atrasados e 500 obras paralisadas… Mato Grosso estava literalmente quebrado. É com coragem que nós já mudamos este Estado, não é com medo de vaias e com medo daqueles que não compreendem a realidade”, declarou o governador Mauro Mendes.
O governador acompanhou a agenda oficial do presidente Bolsonaro. Ambos subiram juntos no palco, atendendo aí presidente, em um gesto político que mostrou alinhamento com o governo federal.
Na ocasião, o governo federal inaugurou duas usinas de etanol em Sinop e Sorriso, além de conhecer um trecho da BR-163 que os moradores da região pedem para que seja duplicado.
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O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, afirmou que irá "resolver a questão da Rota do Oeste", concessionária que detém o contrato da BR-163, e tem sido alvo de críticas por não ter realizado a duplicação do trecho.
Nesta sexta foram inauguradas a Inpasa, que será a maior usina de etanol de milho da América Latina e geração de 1.600 empregos direto e indiretos em Sinop, e também a FS Bionergia, em Sorriso, que terá capacidade inicial de produzir 265 milhões de litros de etanol por ano, com 1.500 empregos diretos e indiretos.
Uma disputa política tomou conta da cidade de Sinop, no Mato Grosso, após a visita do ex-presidente Jair Bolsonaro na semana passada. Os deputados estadual Gilberto Cattani e federal Abilio Brunini, ambos do PL, anunciaram que não apoiarão a reeleição do prefeito Roberto Dorner, também do PL, após um episódio polêmico durante a carreata com a presença de Bolsonaro.
Segundo relatos, durante a visita do ex-presidente, Dorner e sua esposa foram impedidos de subir no carro de Bolsonaro, o que gerou descontentamento por parte dos deputados Cattani e Brunini. Em resposta às acusações de “ciúmes” por parte do prefeito, Cattani ironizou a situação e afirmou que não sente ciúmes de homens, destacando sua orientação sexual.
Além disso, Cattani deixou claro que não apoiará Dorner e rejeita qualquer tipo de pressão partidária para seguir uma decisão contrária à sua opinião. Já o deputado federal Abilio Brunini declarou seu apoio à candidata do Novo, Mirtes Grotti, que participou do evento com Bolsonaro em Sinop.
A disputa política se intensificou com a filiação de Dorner ao PL por meio da articulação do senador Wellington Fagundes, o que gerou descontentamento por parte dos deputados Cattani e Brunini, assim como da deputada federal Amália Barros. A confirmação de Dorner como candidato do PL pelo presidente nacional do partido, Valdemar da Costa Neto, levou à migração da empresária Mirtes para o Novo, causando divisão dentro da legenda.
Assim, a visita de Bolsonaro à cidade desencadeou um racha político entre membros do PL em Sinop, evidenciando as tensões e disputas internas dentro do partido.