O Ministério Público Estadual (MPE) abriu, na última terça-feira (31), duas ações civis contra o prefeito de Santo Antônio do Leste, a 379 km de Cuiabá, Miguel José Brunetta. Ele deve responder por nepotismo, após contratar seis parentes para cargos na administração municipal, e prejuízo aos cofres públicos, por conceder descontos em impostos para servidores públicos em ano eleitoral.
O G1 entrou em contato com o prefeito e aguarda o posicionamento sobre as denúncias.
O prefeito teria empregado a cunhada e três sobrinhos na administração da prefeitura, assim como a esposa e o cunhado como secretários municipais.
Segundo a ação, mesmo depois de ser oficialmente informado sobre estas situações ilegais pelo MPE, o prefeito decidiu “bancá-las indefinidamente, contrariando imperativos constitucionais que regem a gestão pública, de forma dolosa, dado o elevado número de nomeações realizadas, diz trecho da ação.
De acordo com a segunda ação proposta, o prefeito também teria concedido desconto no pagamento do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) e gratificação de incentivo financeiro adicional a servidores, em ano eleitoral.
Na época, Miguel Brunetta afirmou que o município, anualmente, não apenas no ano eleitoral, concede descontos no pagamento de IPTU aos seus contribuintes.
Sobre as gratificações, ele disse que eram concedidas aos agentes comunitários de saúde visando estimular e intensificar o desenvolvimento das ações voltadas para o enfrentamento da Dengue, Chikungunya e Zika Vírus.
No entanto, na ação, o promotor de Justiça, Adriano Alves, considerou que o fato de o gestor público ter concedido desconto no pagamento do IPTU e a autorização para o pagamento da gratificação aos Agentes Comunitários de Saúde e Agentes de Saúde Ambientais no ano de 2016, quando almejava a reeleição, enquadra-se na lei que rege sobre improbidade administrativa.
Diante disso, o MPE requer, liminarmente, o bloqueio de R$ 73 mil em bens de propriedade do gestor municipal.
O órgão também pede a Justiça que o prefeito perca o cargo público, pague uma multa no valor mínimo de R$ 105 mil, tenha os direitos políticos suspensos por cinco anos e a seja proibido de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais por três anos.
Além disso, o MPE pede o afastamento imediato de quatro servidores: o chefe do setor de Serviços Gerais, chefe do setor de Farmácia, coordenador do setor de Compras e Assessor Especial.
TEXTO: G1 MT