Search
Close this search box.

SAÚDE

Entenda a doença rara de Céline Dion, síndrome da pessoa rígida

Publicado em

A cantora Céline Dion compartilhou relato nas redes sociais contando ter sido diagnosticada com a síndrome
Montagem iG / Imagens: reprodução / Instagram – 08.12.2022
A cantora Céline Dion compartilhou relato nas redes sociais contando ter sido diagnosticada com a síndrome

A cantora canadense Céline Dion  revelou ter recebido o diagnóstico da síndrome de stiff-person, ou Síndrome da Pessoa Rígida (SPR), em relato compartilhado nas redes sociais. A condição é uma doença neurológica rara que causa rigidez muscular progressiva e espasmos dolorosos.

“Tenho lidado com problemas de saúde há muito tempo e está sendo bem difícil para mim encarar esses desafios e falar sobre tudo o que venho passando”, afirmou  Céline em vídeo publicado nessa quinta-feira (8).

“Enquanto ainda estamos aprendendo sobre essa condição, agora sabemos que isso é o que tem causado todos os espasmos que tenho tido”, relatou a cantora, que cancelou oito shows que faria em 2023 e adiou parte deles para 2024.

A SPR é uma doença autoimune e as causas exatas ainda são estudadas.

A síndrome afeta uma a cada 800 mil pessoas, estando associada a outras doenças autoimunes, como tireoiditesdiabetes tipo 1 e vitiligo , explica o Dr. Roger Gomes, neurologista na Assistência Médica Ambulatorial (AMA) Jardim São Luís, gerenciada pelo Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim” (CEJAM) em parceria com a Secretaria do Estado da Saúde de São Paulo.

De forma geral, a condição é mais comum após os 50 anos e em mulheres, em uma taxa de 60%, afirma o médico.

Na gravação, Céline disse que os espasmos causados pela doença têm afetado o dia a dia dela de várias maneiras, causando dificuldades que vão desde o caminhar até a usar as cordas vocais para cantar da maneira que ela estava acostumada.

De acordo com a Dra. Karin Mitiyo Corrêa, neurologista da Clínica Gravital São Paulo pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), os  espasmos sentidos por Céline podem ser desencadeados por barulhos muito altos ou até mesmo por um toque leve na pele. Eles ainda podem ser sentidos no abdome e na musculatura respiratória, podendo levar a uma insuficiência respiratória. 

Certos pacientes, segundo a neurologista, desenvolvem até mesmo  ansiedade e medo de sair de casa.

Em alguns casos, a SPR pode acometer apenas uma região do corpo, em outros, pode levar a movimentos anormais, incoordenação, dificuldade para falar e engolir e paralisia dos olhos.

Anúncio

Dependendo do quadro, a doença pode estar ligada a  cânceres de pulmão e mama .

“Os sintomas podem variar de pessoa para pessoa e, se não tratados, podem causar dificuldade para andar e se movimentar. Eles também podem evoluir de meses a anos, permanecendo estáveis ou piorando lentamente”, afirma Corrêa.

Na maior parte dos casos, a doença começa com um desconforto muscular, rigidez na coluna e nas pernas, podendo afetar quadril, pescoço e ombros. Com o tempo, a pessoa passa a sentir dificuldade na locomoção, ficando encurvada e tendendo a quedas.

O tratamento para a síndrome da pessoa rígida é focado em aliviar os sintomas de dores e rigidez muscular com medicamentos, mas também é feito com terapia imunológica, envolvendo a infusão de imunoglobulina humana e imunossupressão, explica o Dr. Hennan Salzedas Teixeira, neurologista pelo Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo e do Instituto de Ciências Neurológicas (ICNE).

No ano passado, a  cantora já havia cancelado shows que faria em Las Vegas, nos Estados Unidos, devido aos espasmos — à época, no entanto, ela ainda não havia divulgado o diagnóstico.

Em comunicado no final de 2021, Céline informou que os médicos estavam avaliando a condição e já haviam iniciado o tratamento, mas que os sintomas a proibiam de participar de ensaios e fazer apresentações.

A recuperação, de acordo com Teixeira, não costuma ser total, podendo evoluir para perdas funcionais, mesmo após o tratamento adequado ser iniciado.

“Existem relatos de casos de melhora da rigidez com o uso do canabidiol , mas não temos evidência científica para recomendar esse tipo de tratamento rotineiramente”, afirma o neurologista.

Entre no  canal do Último Segundo no Telegram e veja as principais notícias do dia no Brasil e no Mundo.  Siga também o  perfil geral do Portal iG.

Fonte: IG SAÚDE

Anúncio
COMENTE ABAIXO:
Leia Também:  Outubro rosa: entenda como é realizada a cirurgia de reconstrução da mama
Anúncio

Lucas do Rio Verde

MAIS LIDAS DA SEMANA