As projeções dos estudos desenvolvidos por pesquisadores da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) são de que Mato Grosso ainda vai conviver com o vírus da covid-19 até o final deste ano. Isso se a população continuar mantendo as medidas restritivas e de biossegurança que previnem o contágio e, assim, evitar a disseminação da pandemia.
O professor Moisés dos Santos Cecconello, pós-doutor em Dinâmica Evolutiva e um dos pesquisadores envolvidos nos estudos, lembra que a taxa de transmissão do vírus está diminuindo no Estado, mas continua próxima de “1”. Nas últimas três semanas Mato Grosso teve um decréscimo no número de infecções, variando entre 0.85 e 0.90, o que significa uma estabilidade, mas com risco de voltar a crescer e até causar um novo surto.
“Qualquer anormalidade, se as pessoas deixarem de cumprir as medidas de distanciamento social e se protegerem contra o vírus, como me parece que tem acontecido, isso pode elevar novamente essa taxa acima de 1 e aí teríamos um novo surto da doença, um novo pico provavelmente”, alertou o pesquisador.
Os estudos mostraram que os mato-grossenses já passaram pela pior fase da pandemia, com o pico sendo registrado lá pela terceira semana de agosto.
Mesmo com o declínio no número de pessoas contaminadas em Mato Grosso, Cecconello argumenta que essa taxa de transmissão está diminuindo lentamente, o que exige muita conscientização das pessoas que devem sair de casa só mesmo se houver a necessidade, mas sempre usando máscara, higienizando com álcool gel ou lavando bem as mãos constantemente, manter a distância mínima de 1,5 metro e evitando a aglomeração.
“Se a taxa de transmissão fica acima de 1, significa que o vírus está contaminando mais pessoas do que as que estão sendo curadas. Então, nesse caso, a doença está em crescimento. Abaixo de 1, que é o caso atual do Estado, a doença está diminuindo. A gente está tendo um decréscimo, mas um decréscimo lento”, contextualizou o estudioso lembrando que a liberação de funcionamento de alguns setores foi possível porque na semana do dia 16 a 22 de agosto a taxa marcava 0,75.
O pesquisador considera a abertura dos comércios e segmento de eventos, por exemplo, importante para a economia, porém atenta para a necessidade de principalmente o consumidor não esquecer dos cuidados para prevenção da pandemia. Na última semana, Mato Grosso passou dos 100 mil casos e de 3 mil mortes em decorrência do novo coronavírus.
Se manter esse declínio no número de infectados, concluiu então o pesquisador da UFMT, vai demandar o uso de menos leitos hospitalares e de UTIs (Unidades de Terapias Intensivas). O que vai dar uma folga ao sistema de saúde de Mato Grosso".
Fonte: Reporter MT