A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) lançou nesta quarta-feira (26) uma norma inédita no Brasil que visa tornar os aplicativos e sites para dispositivos móveis, como celulares e tablets, mais acessíveis a pessoas com deficiência. A ideia é que os apps se tornem inclusivos a todos, independentemente de fatores e atributos físicos, cognitivos ou sensoriais.
A norma estabelece uma série de requisitos que devem ser cumpridos pelos desenvolvedores de aplicativos. Há recomendações para elementos não textuais, que devem contar com texto alternativo capaz de descrever o seu significado; para rótulos em formulários, fundamentais para a estrutura da aplicação, pois permitem que usuários identifiquem claramente o tipo de dado exigido no campo; e para transcrição textual de áudio pré-gravado, oferecendo uma opção em texto para aqueles com limitações de audição, entre outros casos.
Reinaldo Ferraz, coordenador da norma e especialista em desenvolvimento web do Centro de Estudos sobre Tecnologias Web (Ceweb.br) do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), que participou do desenvolvimento das recomendações, afirma que “o intuito da norma é tentar eliminar barreiras de acesso ao ambiente digital, pois elas impactam diretamente o dia a dia dos usuários”.
“Imagine a frustração de uma pessoa com deficiência, ao fazer toda a compra online e não conseguir concluir o processo por que um botão não tem um rótulo acessível? Compreender a finalidade de um botão em uma página é essencial na experiência digital, pois interfere na qualidade de vida das pessoas. Sem acessibilidade podemos encontrar barreiras para comprar comida, fazer compras, solicitar um veículo, reservar passagens, alugar uma casa, emitir documentos, pagar contas e mais uma série de situações que existem no ambiente digital”, exemplifica Reinaldo.
Vagner Diniz, gerente do Ceweb.br|NIC.br, afirma que as orientações são “simples e fáceis de serem aplicadas”, além de estarem “devidamente alinhadas com os critérios técnicos internacionais”.
“Seguir essas recomendações significa possibilitar que pessoas com limitações para enxergar, ouvir, falar, mover-se, ou compreender, possam usufruir de uma experiência segura e autônoma quando navegarem em páginas web e aplicativos por meio de smartphones”, complementa Reinaldo.