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ACIDENTE TERRÍVEL: 17 anos após perder filho ‘sugado’ por colheitadeira, mãe cobra por Justiça

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Everton de Souza Araújo comemoraria seu 29º aniversário este ano. No entanto, uma brincadeira de menino e descuido de um profissional fez com que ele perdesse a vida aos 12 anos, e chocasse Sorriso (420 km ao norte de Cuiabá), em um terrível acidente. Ele foi “sugado” por uma máquina colheitadeira.

 

A família de Everton de Souza Araújo é natural do Ceará e tinha acabou de se mudar para Sorriso para ter uma nova oportunidade. “Vendi minha casa e tinha dois filhos, o mais novo tinha 10 anos na época do acidente”, relembra a mãe do menino, Maria Gelma Sousa Araújo. Na época, o irmão dela morava no município mato-grossense.

 

No Dia das Mães daquele ano, Everton saiu para brincar com um amigo. Ele celebrava também a sua catequese. Maria saiu para procurar emprego e deixou o filho aos cuidados do irmão e vizinhos.

 

Com o amigo, eles viram uma máquina colheitadeira andando pelas ruas de Sorriso. Em dado momento, o veículo parou para abastecer em um posto de gasolina. Curiosos, os meninos decidiram brincar e subiram na colheitadeira, sem que o motorista percebesse.

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Everton, infelizmente, acabou caindo e foi sugado pela máquina, que tem um equipamento próprio para colheita de soja. Ainda de acordo com Maria, a máquina era antiga, e o equipamento de “sugar” funcionava quando o veículo andava. A Polícia Civil na época notificou que o corpo da criança ficou “destroçado”.

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Ao receber a notícia, Maria Gelma ficou completamente desestabilizada. O amigo de Everton, inclusive, teve febre e problemas psicológicos, tamanho trauma de presenciar o acidente. “Fiquei muito desestabilizada, fiquei doida. Não sabia mais o que estava fazendo”, relata.

Everton foi enterrado em Sorriso, porém, Maria Gelma acabou voltando para o Ceará com o filho mais novo, que hoje tem 27 anos. Ela ficou tão traumatizada com o acidente que desenvolveu diversos problemas. “Uma época eu tive problema de comportamento, fiquei usando roupa de 16 anos, sendo que já tinha mais de 40. Fiquei muito debilitada”.

“Eu fiz o boletim de ocorrência bem direitinho, pedi pro meu irmão procurar a empresa da colheitadeira, mas nada. Tudo bem que ele teve a curiosidade de brincar, mas a colheitadeira não podia estar andando na cidade, funcionando o maquinário de colher”, lamenta.

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Inclusive, passados 17 anos do dia que perdeu o filho, Maria Gelma nunca teve coragem de olhar uma pasta de documentos com o boletim de ocorrência – as fotos de Everton após o acidente estão lá.

Ela não sabe o nome do motorista que dirigia o veículo, que fugiu na hora. A Polícia Militar informou que não tem acesso aos boletins antigos. O que ela se recorda, é que a colheitadeira pertencia a uma empresa chamada Agrovia.

“Eu nunca mais tive notícias, às vezes me sinto culpada por não ter ido procurar. Mas Deus está me dando força e coragem”. Mas foi por um momento de coragem que ela conseguiu cobrar por justiça em uma matéria publicada  no dia 10 de maio de 2004, para que o caso voltasse à tona e não permanecesse esquecido.

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Lucas do Rio Verde

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