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Mãe denuncia tortura e humilhação em abordagem da PM em MT; veja o vídeo

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Professora de Jaciara (144 km ao Sul de Cuiabá) está usando as redes sociais para denunciar uma abordagem sofrida por um grupo de menores que jogavam bola na quadra da praça JK, no bairro São Sebastião, na noite de quinta-feira (22). Entre as vítimas, está o filho dela, G.S., de 14 anos, que segundo ela, foi alvo de agressão, tortura e humilhação.

 

Sirlene da Silva, conhecida como Leninha, fez um vídeo em que aparece bastante emocionada relatando a situação vivenciada pelo filho e pelos outros menores que estavam no local. Contou que também foi humilhada quando chegou na praça após estranhar a demora do filho, que também não atendia suas ligações.

 

“Se deixo sair para algum lugar jogar bola, ele sempre leva o celular para que eu esteja em contato com ele. Sempre que eu ligo e ele não atende, ele me retorna. Nunca deixa de me retornar […] Mas, nesse dia foi diferente, sabe o por quê?”, questiona.

 

Ela recorda que na quinta-feira (22), por volta das 21h30, o grupo de jovens jogava bola quando foi abordado pelos policiais, mas isso ela só descobriu depois que chegou na quadra e flagrou todos com as mãos na cabeça, em posição de abordagem ou como ela disse “como se fossem bandidos”.

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“Ele não me atendia porque o policial pegou o celular dele. Ele me disse que sabiam que estava ligando e pediu para atender, mas ainda assim, ele levou um tapa na cara”, contou a professora bastante emocionada. Quando G. viu a mãe chegar na quadra ‘ele disse que sentiu um alívio, que estava salvo’.

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Humilhação e agressão

A professora questionou os militares sobre a motivação da abordagem e teria sido indagada por um dos policiais: “a senhora sabia que seu filho está andando com bandidos? Com traficante?”. No vídeo ela conta que respondeu que o menino não anda com essas pessoas, que só saiu para jogar bola.

 

Disse ainda que o menino é caseiro e que só estava na praça porque ele demorou para chegar em casa. “Ele não chegou em casa porque estava sendo torturado e agredido por esses policiais”.

 

Em casa, ela foi informada que os militares fizeram os menores correr pelo local, ficaram de braços abertos em posição da cruz. “Quem abaixava era ameaçado, xingado. Tudo foi me contado. Quem cantasse o hino nacional corretamente seria liberado, até a tabuada eles perguntaram para os meninos. Só quem respondesse certo era liberado”, continuou.

 

Leninha contou ainda que dois dos meninos que estavam lá foram seus alunos. “Eles me reconheceram, disseram que eu tinha dado aula para eles. Aí que eu fui humilhada perante a minha profissão. Um dos policiais respondeu com deboche que eles não tinham aprendido nada comigo”.

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Segundo ela, o filho estava com o rosto vermelho e inchado dos tapas que levou por conta de uma foto que estava em seu celular. Leninha registrou um boletim de ocorrência contra a ação dos policiais na Delegacia de Polícia Civil de Jaciara.

 

Calúnia

Um dos policiais envolvidos na ação, de 30 anos, registrou um boletim de ocorrência afirmando que está sendo vítima de calúnia e difamação. Relatou que ele o os dois militares realizaram a abordagem ‘sem demais alterações’.

 

Comando vai investigar

Em nota enviada ao portal, a Polícia Militar informou que o 4º Comando da PM vai investigar a denúncia feita pela professora Leninha. Veja abaixo o posicionamento.

 

“O 4º Comando Regional da Polícia Militar, com sede em Rondonópolis, ao qual está vinculada administrativa e operacionalmente a 7ª Companhia de PM de Jaciara, informa que já está adotando as medidas legais visando à apuração da denúncia em questão.

 

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Informa, ainda, que assim que tomou conhecimento da denúncia designou o levantamento preliminar das informações necessárias à definição do procedimento a ser instaurado para apurar a conduta dos policiais.”

 

 

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