Os policiais militares presos na última quarta-feira (21), durante a operação Coverage, trabalharam para atrasar as investigações contra um grupo de extermínio que agia em Mato Grosso, que lançavam mão de um forte arsenal para os assassinatos, e que são responsáveis por execuções brutais.
As informações constam de um procedimento investigatório criminal (PIC), do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), que deflagrou a operação Coverage.
As diligências fazem parte da 3ª Fase da operação Mercenários, de 2016, que desnudou a atuação do grupo de extermínio e que tinha cobertura (daí o nome Coverage) dos oficiais PMs presos na última quarta-feira. O PIC relata que o referido grupo de extermínio, desmantelado na operação Mercenários, utilizava um verdadeiro arsenal de guerra.
Também contava com táticas de inteligência, além das famigeradas balas clavas (toucas ninja) nas execuções. Nessa operação revelou-se que vários policiais militares atuaram na prática sistemática e estruturada de crimes de homicídios mediante uso de um forte arsenal (armas do tipo pistola, calibre 9mm, calibre 380, calibre .45, além de escopetas de calibre 12mm), para alcançar o intento criminoso, o grupo lançava mão de táticas de inteligência, uso de veículos alternados, inclusive com o emprego de placas frias, uso de balas clavas e roupas camufladas, e execuções brutais, diz trecho das investigações.
Um dos indícios de atuação dos quatro oficiais PMs que sofreram mandados de prisão na última quarta-feira – dois tenentes-coronéis (Sadá Ribeiro Parreira e Marcos Eduardo Paccola), e dois tenentes da Corporação (Cleber de Souza Ferreira e Thiago Satiro Albino) -, é a mudança de registro de uma pistola 9mm, da marca Glock.
Uma exame balístico, realizado pela Politec, constatou que a arma de fogo esta associada a pelo menos um crime de homicídio. O tenente PM Cleber de Souza Ferreira possui o registro de autorização de carga pessoal da referida pistola Glock.
As investigações do Gaeco também apontam que um inquérito policial militar (IPM) foi instaurado para investigar o caso. O tenente PM Cleber de Souza Ferreira foi flagrado num áudio dizendo que se o IPM não tivesse ainda voltado ao Ministério Público do Estado (MPE-MT), ele realizaria a troca do certificado de registro da pistola Glock o que configura obstrução à Justiça.
Dos 4 mandados de prisão cumpridos na última quarta-feira pelo Gaeco, apenas dois foram cumprido. O tenente-coronel PM Marcos Eduardo Paccola foi beneficiado com um habeas corpus preventivo. Já o tenente PM Cleber de Souza Ferreira já se encontrava preso por suspeita de fazer parte de um esquema, que também contou com a ajuda de outros policiais, e que facilitou a entrada de um freezer com 86 aparelhos de telefone celular na Penitenciária Central do Estado (PCE), em Cuiabá, em junho deste ano.
Na noite de sexta-feira, o Tribunal de Justiça revogou a prisão de Thiago Satiro.
Folha Max