Mojica dirigiu 40 produções e atuou em mais de 50 filmes. Seu interesse pelo cinema de terror escatológico começou nos anos 1950, mas foi em 1964, com o filme “À meia-noite levarei sua alma”, que ganhou o apelido de Zé do Caixão.
Seu personagem mais famoso, o agente funerário sádico com roupas pretas, cartola, capa e unhas longas, ainda aparece em “Esta noite encarnarei no teu cadáver” (1967), “O estranho mundo de Zé do Caixão” (1968) e “Encarnação do demônio” (2008).
Mesmo conhecido como o mestre do terror no cinema brasileiro, Mojica trabalhou com outros gêneros, como aventura, faroeste e pornochanchada. Ele também influenciou o movimento do cinema marginal nos anos 1960.
Quando tinha 17 anos, fundou a Companhia Cinematográfica Atlas, que produziu filmes amadores. O primeiro longa-metragem foi A sina do aventureiro, de 1958.
Em 1963, escreveu a história de Meu destino em tuas mãos e procurou o cineasta Ozualdo Candeias para fazer o roteiro, mas o colaborador não foi creditado.
O personagem Zé do Caixão, conforme Mojica contou em várias entrevistas, surgiu para ele durante um pesadelo, em que um homem de capa preta o arrastava para um túmulo.
A primeira aparição do Zé do Caixão no cinema foi em “À meia-noite levarei sua alma”, de 1964. Nos Estados Unidos, ele ficou conhecido como Coffin Joe.
Segundo o site oficial do personagem, Josefel Zanatas era o nome verdadeiro de Zé do Caixão. O coveiro era filho de um casal dono de uma rede de agências funerárias.
Por isso, o pequeno Zé do Caixão cresceu como uma criança muito sozinha e discriminada pelos colegas por causa da profissão dos pais.
A biografia ainda diz que Zé do Caixão é um homem sem crenças, não acredita em Deus nem no Diabo, só acredita nele mesmo, acha que é o único que pode fazer justiça.
Com o sucesso, o personagem começou a ser confundido com o seu próprio autor. No anos 1990, o Zé do Caixão apresentou o Cine Trash, na Rede Bandeirantes.
Ele também comandou um programa de entrevistas no Canal Brasil, “O estranho mundo do Zé do Caixão”, que estreou em 2008 e teve sete temporadas.
Em 2014, José Mojica sofreu um infarto e passou por uma angioplastia e colocou três stents (bubos de metal para melhorar o fluxo sanguíneo da artéria) no coração.
Ele voltou a ser internado no mesmo ano em razão de uma piora nas funções renais. Desde então, ele se manteve mais afastado da mídia.
G1
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