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Sem computador ou internet em casa, menino usa tablet de loja para fazer trabalho escolar

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Caçula de quatro irmãos, Guilherme vive na comunidade Entra Apulso, na Zona Sul da capital pernambucana, e é aluno do 5º ano da Escola Municipal Abílio Gomes. Na instituição, estudam 278 alunos, mas só há 12 tablets para o uso dos estudantes. Além disso, os equipamentos só têm internet quando a direção da escola libera, para não desvirtuar o uso.

Segundo a irmã de Guilherme, Aylla Martins, o hábito de estudar é uma característica do garoto. “Ele gosta de estudar. Ele comentou que já foi umas duas ou três vezes fazer trabalhos no shopping”, afirmou.

A prática, no entanto, só chegou ao conhecimento da família após o vídeo viralizar na internet. “Na sexta [8], uma menina que mora perto da nossa casa me mandou dizendo que era o meu irmão. Perguntei se ele tinha feito alguma coisa de errado, ela me pediu para assistir e foi aí que a gente soube. O vídeo tinha mais de mil comentários”, disse Aylla.

A mãe do estudante, Rosali Santiago, contou que se assustou com a repercussão do vídeo em que o filho aparece. Depois da gravação, dois tablets foram doados ao garoto.

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“O coração está acelerado, estou tomando remédios para a pressão. É por orgulho e por preocupação, por ele ficar muito exposto”, declarou a auxiliar de serviços gerais.

Guilherme contou à família que, antes, estava fazendo o trabalho em um celular. “Ele estava em um quiosque, mas aí o rapaz da loja chamou para ele fazer no tablet. Durante a semana, ele não tem como fazer em casa, e aí, sempre que precisa fazer uma pesquisa, ele disse que vai lá”, afirmou a irmã do menino.

Após a repercussão do vídeo nas redes sociais, Aylla entrou em contato com a pessoa que publicou as imagens. Em outro vídeo publicado na internet, Guilherme agradeceu pelos dois tablets que ganhou. “Agradeço muito a vocês, por doar ou tentar doar. Amo vocês”, disse na gravação.

Prefeitura

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Sobre o baixo número de tablets na escola que Guilherme frequenta, a prefeitura disse que “a inclusão digital dos alunos da rede de ensino do Recife é uma prioridade da gestão desde 2013, quando começou a ser implantada uma série de iniciativas como os programas Robótica na Escola, Tablets na Escola, Laboratório de Ciências e Tecnologia, Tecnologia Assistiva e Tecnologia para Sustentabilidade”.

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A prefeitura afirmou que “foram investidos mais de R$ 80 milhões nesta área de tecnologia” e que “entende que o acesso à Internet e o uso de tecnologias pedagógicas são instrumentos importantes no aprendizado do aluno, incluindo os estudantes da educação especial”.

A gestão municipal disse, ainda, que “mais de 21 mil tablets estão distribuídos entre todas as escolas de anos iniciais e finais”, do primeiro ao nono ano, “juntamente com a rede de internet em todas as escolas”, para que professores possam desenvolver projetos junto com os alunos.

Caso, o estudante precise utilizar o material no contraturno, segundo a prefeitura, “ele pode agendar o horário junto com o gestor da escola para não interferir nas aulas de outras turmas”. A gestão afirmou, ainda, que “a Secretaria de Educação iniciou a implantação de fibra ótica nas escolas”, que “mais de 130 unidades já foram beneficiadas nesta primeira etapa” e que “a fibra ótica começará a ser instalada por ordem alfabética das escolas”.

G1

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