Um dos que estavam lá dentro dizia: ‘Esse aqui não, vamos levar aquele outro que é melhor para nós’. Eles sabiam o preço ou já conheciam que tipo de produto eles queriam levar, disse.
Parte dos produtos químicos foi recuperada pela Polícia Civil e uma pessoa foi presa, segundo o delegado Flávio Stringuetta .
O que estamos fazendo hoje é uma investigação em conjunto com as unidades das cidades onde acontecem esses crimes. Juntamos todas as ocorrências de várias regiões para tentarmos identificar se essas quadrilhas estão atuando em várias áreas e assim fazer uma investigação mais robusta, explicou.
O jeito de agir dos criminosos é quase sempre o mesmo, segundo as vítimas. Eles chegam em bando, fortemente armados, rendem os funcionários, fazem ameaças e vão direto aos galpões onde estão os defensivos agrícolas.
Na região noroeste do estado, um produtor de Brasnorte, a 580 km de Cuiabá, disse que a fazenda dele já foi alvo de três assaltos. Na ação mais recente, o prejuízo foi de R$ 800 mil.
A vítima acredita que os assaltos só existam, porque outros agricultores acabam comprando os insumos roubados.
São pessoas que não querem pagar o valor correto do produto e estão se sujeitando a comprar esse tipo de produto. A gente investe dinheiro para poder ter retorno na lavoura e, infelizmente, acaba passando por essas situações. A sensação é de que isso não vai parar tão cedo, lamentou.
O Sindicato Rural de Sorriso, a 420 km da capital, promove ações preventivas contra roubos às fazendas da região. Um helicóptero, a serviço da Polícia Militar, é usado para vistoriar o município e orientar os produtores.
Além disso, foi criado um disque denúncia com recompensa para quem tiver pistas de assaltantes que agem na região.
O presidente do Sindicato, Tiago Stefanello Nogueira, afirmou que o telefone para denúncia é de total sigilo para as vítimas.
No município, os produtores também investem em câmeras de segurança e equipes de guarda para cuidar do patrimônio.
Fica uma sensação de medo. Você não quer trabalhar até tarde na fazenda, não quer dormir na fazenda, os funcionários ficam assustados, mas o que dá para fazer? Estamos em época de safra, então o serviço tem que continuar, disse um produtor que não quis se identificar.
G1 MT