A mãe de Isabele Guimarães Ramos, morta pela amiga de 14 anos em um condomínio de luxo em Cuiabá (MT), afirmou hoje em entrevista ao “Fantástico” que espera que a responsável pelo crime seja “presa e internada”.
“[A conclusão das investigações] Não me traz conforto nenhum, porque, veja bem, minha filha não está aqui mais para poder falar, e posso falar por ela. Ela teve os sonhos interrompidos naquele dia, quando recebeu um tiro na cabeça”, disse Patrícia Hellen Guimarães Ramos.
“Ela era uma garotinha brilhante e hoje ela não está aqui para fazer o que tinha vontade. Espero que nenhuma mãe passe por essa dor que estou vivendo hoje. O que mais espero é que essa garota seja presa e internada. Espero também que o Ministério Público apresente denúncia e acate o inquérito policial na integralidade”, completou.
A defesa da família de Isabele afirmou que a morte da adolescente não se deu apenas pela amiga, mas sim por uma “conjunção de fatores”. “Houve um contexto envolvendo os pais da atiradora quanto os pais do jovem que levou a arma”, disse o advogado Hélio Nishiyama.
Já a defesa da outra garota afirma que o tiro não foi intencional.
Entenda o caso
Segundo a polícia, a menina — que não teve o nome revelado — tinha consciência dos riscos de apontar uma arma para a vítima. Ela vai responder por ato infracional análogo a homicídio doloso, quando há intenção de matar.
De acordo com o delegado titular da Delegacia Especializada no Adolescente, Wagner Bassi, a investigação concluiu que, como a menor treinava tiro com o pai, que é empresário, ela tinha conhecimento técnico para manusear uma arma.
“Era uma adolescente treinada, capacitada. Quando fazemos treinamento de tiro, antes de pegar na arma, aprendemos uma situação que chama segurança. Aprendemos a desmuniciar e olhar se a arma está carregada. Ela tinha capacitação de segurança”, explicou.
O delegado também afirmou que, no mínimo, ao manusear a arma dentro do banheiro próxima ao rosto da amiga, ela assumiu o risco de causar a morte de Isabele.
Já o adolescente de 16 anos, namorado da suspeita de efetuar o disparo, vai responder por ato infracional análogo a porte ilegal de arma de fogo.
O menor levou as armas – incluindo a pistola Imbel 380 usada no disparo – à casa da família. Ele as mostrou para o empresário e deixou no local por medo de ser parado em uma blitz.
Pais dos adolescentes foram indiciados
O pai da suspeita responderá por quatro crimes: homicídio culposo — quando não há intenção de matar —, posse ilegal de arma de fogo, entregar arma para adolescente e fraude processual.
As penas previstas para os crimes atribuídos ao empresário podem chegar a 11 anos de prisão e multas.
Fonte: Lapada Lapada