A Divisão Especializada em Fraudes da Polícia Civil em Cuiabá iniciou na manhã desta terça-feira a Operação Falsa Portabilidade, executando 116 ordens judiciais contra um sindicato criminoso acusado de falsificação de documentos para abertura de contas digitais utilizadas em esquemas de fraude.
A principal vítima desses crimes foi uma instituição financeira que prestava serviços de pagamento e portabilidade de salários, além de diversos servidores públicos cujos salários eram desviados para contas falsas abertas pelos fraudadores.
A repressão inclui 32 mandados de prisão temporária, 44 mandados de busca e apreensão em residências, 39 bloqueios de contas bancárias vinculadas ao grupo criminoso e ordem de apreensão de bens e fundos que somam mais de R$ 511 mil, correspondentes aos prejuízos reportados pela instituição.
Policiais estão conduzindo a operação em Cuiabá e Várzea Grande, com mais de 200 integrantes das Diretorias Metropolitana, de Atividades Especiais e do Interior envolvidos.
A investigação, liderada pelo coordenador detetive Pablo Carneiro, está em andamento há um ano e meio e identificou pelo menos 44 indivíduos implicados em crimes organizados, fraudes eletrônicas e lavagem de dinheiro.
Os criminosos abriram contas bancárias com documentos falsos e, em seguida, solicitaram de forma fraudulenta transferências salariais de inúmeras vítimas para essas contas. Posteriormente, dispersaram rapidamente os fundos por várias contas ou levantaram-nos através de caixas multibanco.
A investigação foi apoiada pela instituição financeira vitimada através de auditorias e análise de dados, que forneceram informações cruciais para as conclusões factuais e subsequentes representações judiciais.
O detetive Marcelo Torhacs, que supervisionou a investigação, enfatizou que a análise financeira revelou transações significativas e suspeitas de alguns líderes do grupo, com um caso envolvendo mais de R$ 9 milhões. Muitos dos suspeitos têm antecedentes criminais.
“Com a aplicação destas medidas de precaução, incluindo busca e apreensão, congelamento de contas e confisco de bens, a operação visa paralisar financeiramente o grupo, deter as suas atividades criminosas e identificar o maior número possível de membros envolvidos”, afirmou o Detetive Torhacs.