O filho dela e dois comparsas mataram 3 motoristas de aplicativo de forma brutal
A mãe de um dos adolescentes envolvidos no triplo assassinato de três motoristas de aplicativos em Várzea Grande pediu ao Tribinal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) que coloque o caso em segredo após o depoimento do filho dela ter sido disponibilizado no sistema de consulta processual e supostamente “vazado” para a imprensa. Além disso, reclama que o menor ficou durante toda a oitiva algemado.
Conforme a representação, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) não estaria sendo cumprido. “Válido ressaltar que o aludido processo não está sob segredo de justiça, estando ao nível público e com vazamentos constantes de dados para a imprensa, situação que viola a Constituição da República do Brasil, o Estatuto da Criança e do Adolescente, bem as disposições de Tratados Internacionais de Direitos Humanos dos quais o Estado brasileiro é signatário”, aponta a defesa.
As vítimas, Márcio Rogério Carneiro, Nilson Nogueira, ambos de 42 anos, e Elizeu Rosa Coelho, de 58 anos, foram mortas na última semana a pauladas e facadas por dois menores de idade e por Lucas Ferreira da Silva, 20 anos, que tiveram suas internações e prisão preventiva expedidas pela Justiça. Os assassinatos ocorreram em Várzea Grande.
Em depoimento à Polícia Civil, o trio revelou que sentia prazer em cometer os crimes e que planejava matar um motorista por dia, agindo como verdadeiros serial killers. Foram detidos em flagrante Lucas Ferreira da Silva, de 20 anos e dois adolescentes, de 15 e 17 anos.
Segundo o delegado Nilson Farias, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), o garoto de 17 anos participou de um assalto com seu irmão anteriormente, ocasião em que a vítima reagiu, matando o irmão dele e ferindo o garoto, que perdeu um rim. A partir dessa situação, o menor buscou vingança para mostrar que o “crime também vence”.
INVERSÕES SOCIAIS – Outras ‘polêmicas’ permeiam o caso. A Corregedoria da Polícia Judiciária Civil (PJC) vai investigar supostos abusos cometidos por investigadores na prisão de Lucas Ferreira da Silva. O criminoso teria levado ‘tapas na cara’ de policiais civis e revelou isso em audiência de custódia. Além disso, o defensor público Alex Campos Martins, teria pedido sua liberdade e aplicação de medidas cautelares durante audiência de custódia, mas depois, mediante a repercussão negativa, negou ter feito tais solicitações, acusando que a ata da audiência teria sido deturpada.
Na mesma audiência, o juiz Abel Balbino Guimarães, da 5ª Vara Criminal de Várzea Grande, decretou a prisão preventiva de Lucas Ferreira. O defensor público denunciou ter recebido ataques e ameças, inclusive de morte, e anunciou que avalia ingressar com medidas judiciais contra o magistrado devido à ata da audiência com “informações incorretas”.
Lucas foi encaminhado à Penitenciária Central do Estado (PCE). No caso dos menores, foi decretada internação em unidade socioeducativa por 45 dias.