O coronel compareceu à fazenda com seu motorista, identificado apenas como R., que segundo boletim de ocorrência, é ex-presidiário e deixou a cadeia da Mata Grande há um mês.
Na casa da vítima, R. se apresentou como jornalista e apresentou o coronel N.H.S.
O fazendeiro, nome não divulgado, que acionou a PM assim que o militar aposentado e o funcionário deixaram a propriedade rural, relatou que frequentemente é procurado por esse pessoal que exige que ele compre um espaço de patrocínio na mídia. Eles alegam, segundo relato da vítima, que o jornal ajuda a manter o policiamento do município, tanto a PM quanto a Polícia Civil.
A caminho da fazenda, os militares encontraram os acusados no km 344 voltando, quando os abordaram na estrada.
Questionados sobre o que faziam na região, o coronel respondeu que eles eram de um jornal e que estavam vendendo espaços publicitários e atrás de patrocínios.
Após saber da denúncia, N.H.S., segundo o boletim de ocorrência, teria ficado exaltado e ameaçado os militares ao dizer se eu tivesse uma arma aqui isso não ficaria assim. Para eu matar 5 ou 6 é daqui para ali, sou selva.
Os acusados foram encaminhados à delegacia para prestar esclarecimentos, quando se negaram a entregar os documentos para registro da ocorrência.
A vítima compareceu à delegacia, onde não quis apresentar queixa contra os acusados por medo de represálias, já que segundo o fazendeiro, na propriedade a dupla usava tom ameaçador.
Segundo o B.O., o coronel se apresentava semifardado com calça de instrução (Azulão), coturno e camisa preta.
No momento da ocorrência, os militares que atenderam o caso registraram boletim contra o militar aposentado por ameaça, desobediência, desacato e resistência.
Em nota, a Corregedoria Geral da Polícia Militar informou que aguarda a documentação referente à ocorrência envolvendo o tenente-coronel, que deverá ser enviada nesta sexta-feira (1º) pelo 11º Comando Regional de Primavera do Leste, ao qual o 14º BPM está subordinado, para apurar na esfera militar a conduta do oficial reformado em relação às denuncias dos militares que atenderam o caso.
Mas explica que como se trata de um militar fora do exercício, os crimes contra o fazendeiro serão investigados pela Polícia Civil mediante à representação da vítima.
Veja nota na íntegra.
A Corregedoria Geral da Polícia Militar informa que está aguardando a documentação referente a ocorrência envolvendo o tenente-coronel PM reformado, detido nesta quinta-feira(31.10) e conduzido a uma delegacia em Campo Verde(313 km de Cuiabá), para analisar e definir o procedimento a ser instaurando.
Na esfera militar, a conduta do oficial será apurada em função da narrativa de ameaça, resistência e desacato registrada pelos policiais do 14º Batalhão de Campo Verde, designados o atendimento da denúncia.
O Comando do 11º Comando Regional de Primavera do Leste, ao qual o 14º BPM está subordinado administrativo e operacionalmente, informou que ainda hoje(01.11) estará enviado à Corregedoria, em Cuiabá, o BO e demais registros decorrentes do caso.
A PM informa ainda que por se tratar de crime comum, ou seja, que não ocorreu no exercício da função militar, será de responsabilidade da Polícia Civil, mediante representação da vítima, a apuração da denúncia que levou a equipe da PM a propriedade rural de onde originou a denúncia contra o oficial reformado.
Repórter MT