EXTREMISMO POLÍTICO

Prefeita bolsonarista decide renunciar em MT por não aceitar vitória de Lula

Gestora diz que não compactua com a ideologia do presidente eleito

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A prefeita de Carlinda (775 km de Cuiabá), Carmelinda Coelho (União), afirmou que vai renunciar ao seu cargo, por não aceitar a derrota do presidente Jair Bolsonaro (PL), no segundo turno das eleições presidenciais e a vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que assume o comando do País em 1º de janeiro de 2023. Em entrevista , a prefeita confirmou sua saída nesta terça-feira (1º), ao afirmar que não compactua com a ideologia do presidente eleito Lula.

 

 

“Caso o presidente [Lula] assuma eu não compactuo com os ideais dele e sendo assim para que eu não prejudique ninguém, eu tenho que entregar meu cargo. A minha personalidade é muito forte, quando você pega pra fazer uma coisa, tem que fazer bem feito, então eu prefiro me retirar, porque se o atual presidente mandar eu fazer algo, eu não farei. Eu já falei com meus eleitores e eu espero que eles entendam meu posicionamento, afinal todo prefeito tem um vice, e por mais que o vice não concorde com os ideais dele [Lula] também, ele está aí para assumir quando um prefeito não quer mais o cargo”, disse.

 

 

“A primeira coisa que temos que respeitar é a família, e quando eu vejo que o representante maior às vezes comenta algo que não é do meu perfil, eu não sou obrigada a concordar. Nós ainda vivemos em um País democrático, e espero que continue assim, porque nós temos que ter direito à liberdade de expressão, dizer o que concorda e o que não concorda, e eu estando na política eu tenho que continuar com esse direito. Enquanto esse tipo de ideologia estiver no poder, eu não quero mais falar de política. Eu sempre segui minha vida normal, e quando eu assumi esse cargo foi com muita coragem, o município estava uma bagunça e hoje tem estradas, tem equipamentos, estou deixando tudo ajeitado. Já estou organizando toda a pasta e vou deixar tudo redondinho, com bastantes obras em andamento”, explicou.

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Com a saída de Carmelinda, quem assume é o seu vice, Padre Fernando de Oliveira Ribeiro. Seu foco após deixar o cargo é cuidar de suas terras, próximo ao município de Carlinda.

 

 

Em setembro deste ano, a prefeita já havia entrado em polêmica ao ameaçar “meter a mão na cara” do deputado estadual Ulysses Moraes (PTB), ao fazer acusações contra a sua gestão. Na ocasião, ela exigiu respeito o chamou o parlamentar de “moleque” e de “mentiroso”.

 

 

Em áudio compartilhado nas redes sociais, ela o desafiou a conversar pessoalmente e ainda disse que partiria para a agressão física. “Respeita as famílias, deputado, que eu não sou da sua laia! Eu nunca ameacei o senhor, mas eu queria até ver se o senhor tinha coragem, igual eu tenho, de nós dois conversarmos de cara a cara, porque pessoa igual ao senhor, sabe o que eu faço? Meto a mão na cara, você pra mim é um moleque! O senhor é um moleque pra mim! Se o governador não te chamou de moleque, você vai receber isso de uma mãe, duma avó, duma mãe de família”, disse.

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Ainda no áudio, Carmelinda afirmou que Ulysses deve saber o caminho da mentira e da corrupção, já que costuma acusar adversários políticos. A gestora pontuou que o deputado trilha um caminho errado, quando vai às redes sociais para ofendê-la.

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 “O senhor está me ofendendo no face, falando de R$ 11 milhões, o senhor deveria ser um deputado mais bem informado. Por que o senhor não vem no meu município conversar com o meu povo, ver como eu sou certa e correta. Sabe por quê? Eu não preciso de dinheiro de política! Eu acho que o senhor deve estar precisando pra estar apelando e mentindo, em nome de pessoas de caráter”, se defendeu.

 

 

A prefeita ainda sugeriu que Ulysses abandone a política e se dedique a trabalhar para quem é bandido que, segundo ela, é semelhante a ele. Carmelinda ainda deixou claro que irá processar o deputado pelas acusações feitas por ele.

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