Pela primeira vez, foram registrados no mundo mais de um milhão de casos de Covid-19 em um único dia. Em 27 de dezembro, a plataforma “Our World in Data”, associada à Universidade de Oxford, anotou o recorde de 1,4 milhão de casos em 24 horas.
A primeira grande marca havia sido registrada em 7 de janeiro deste ano, com quase 900 mil infectados, três meses depois os números já foram ultrapassados por três vezes. Os dados vêm sendo compilados desde janeiro de 2020, quando surgiram os primeiros casos de Covid-19 na China.
7 de janeiro de 2021: 892,8 mil
22 de abril de 2021: 902,6 mil
23 de abril de 2021: 904,4 mil
28 de abril de 2021: 905,8 mil
23 de dezembro de 2021: 983,3 mil
27 de dezembro de 2021: 1,4 milhão
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A variante Ômicron, surgida em novembro e já em circulação global, é a responsável pelo novo pico de casos. Apesar de ser menos letal que as outras versões do vírus, a Ômicron vem se espalhando de maneira muito rápida.
Neste novo momento da pandemia, os Estados Unidos estão liderando o crescimento de casos, foram mais de 512.553 diagnósticos na segunda-feira, cerca de 37% do total. Em seguida, está o Reino Unido (318.699 casos, equivalente a 23%) e a Espanha – com cerca de 15% do total.
Países reforçam medidas
O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), um dos principais órgãos de saúde dos Estados Unidos, atualizou nessa segunda-feira (27/12) as regras em relação ao isolamento e testagem dos casos de Covid-19. O tempo recomendado passa de 10 para 5 dias, seguido de uso constante de máscara por mais 5 dias quando o paciente estiver em contato com outras pessoas.
A chegada da Ômicron levou países como Alemanha, França, Reino Unido e Estados Unidos a anunciaram novas diretrizes para a circulação de pessoas. Na Alemanha, os encontros podem ocorrer com, no máximo, a reunião de 10 pessoas vacinadas ou recuperadas do coronavírus. Além disso, eventos culturais e esportivos só estão permitidos sem a presença de público.
Na França, a circulação em certos tipos de estabelecimentos é condicionada ao passaporte de vacinação e o governo recomenda a adoção do trabalho em pelo dois dias da semana. Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte estabeleceram novos limites de pessoas para encontros e restringiram o horário de funcionamento dos bares. Na Inglaterra, o governo aguarda mais evidências sobre a capacidade do serviço de saúde em lidar com as altas taxas de infecção.
Até o fim desta semana, a cidade do Rio de Janeiro terá dez polos de saúde específicos para atender a pacientes com suspeita de dengue. O primeiro deles, em Curicica, na zona oeste da cidade, foi inaugurado na manhã desta segunda-feira (5). A capital entrou hoje em situação de emergência devido à doença.
Haverá polos também em Campo Grande, Santa Cruz e Bangu (na zona oeste), Complexo do Alemão, Madureira, Del Castilho e Tijuca (na zona norte), Gávea (na zona sul) e Centro.
A abertura dos polos é uma das ações do plano de contingência de enfrentamento à dengue, criado pela prefeitura do Rio, uma vez que a cidade já registrou, este ano, 11 mil casos da doença, com 360 deles necessitando de internação.
Os polos vão funcionar nas dependências de unidades básicas de saúde. No caso de Curicica, por exemplo, está localizado dentro do Centro Municipal de Saúde Raphael de Paula Souza.
Atendimento
O secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, orienta as pessoas a procurarem atendimento nos polos ou em redes de atenção básica se começarem a sentir sintomas da dengue, que incluem febre alta, dor de cabeça, dor no corpo, nas articulações e no fundo dos olhos.
Assim que chegam ao polo, os pacientes têm uma amostra do sangue recolhida para a confirmação do diagnóstico, que é dado cerca de uma hora depois da coleta. No local, também há cadeiras e macas para hidratação venosa e oral.
A equipe de saúde, formada por médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem, fará também a classificação da gravidade do quadro. Os quadros mais graves serão encaminhados para internação como “vaga zero” (emergência), através da Central Municipal de Regulação.
O plano de contingência também prevê a destinação de leitos exclusivos para a internação desses pacientes. No Hospital Municipal Ronaldo Gazolla, por exemplo, que funciona como uma unidade de referência inicial, foram separados 20 leitos.
No próprio Centro Municipal de Saúde Raphael de Paula Souza, também haverá um setor destinado à internação de pacientes com dengue e outras arboviroses (doenças transmitidas por artrópodes, como mosquitos e carrapatos).
“Esse nosso primeiro polo consegue fazer todo o tratamento. O paciente chega, colhe sangue, consegue fazer hemograma, consegue colher sorologia. Se precisar de hidratação, faz hidratação venosa e oral aqui mesmo. E, se precisar de internação, também tem leitos dedicados aqui para arbovirose e infectologia. O objetivo é que a gente consiga reduzir o número de casos graves e reduzir o número de óbitos por dengue. Esse tratamento precoce faz toda a diferença”, afirmou Soranz.
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Caso haja necessidade, mais centros de atendimento poderão ser abertos, segundo a Secretaria Municipal de Saúde. Além dos polos, os 150 centros de hidratação montados no final do ano passado nas unidades de saúde para o atendimento de devido aos efeitos do calor também serão usados na assistência às pessoas com dengue.